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A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA EM NÚMEROS

Pesquisa realizada com mais de 930 pessoas em situação de rua trazem dados alarmantes sobre a vida de quem utiliza da rua como habitação e sustento.


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Mais de 930 pessoas em situação de rua da Grande Florianópolis (Florianópolis, Biguaçu, São José e Palhoça) foram entrevistadas pelo ICOM (Instituto Comunitário Grande Florianópolis) e o MNPR/SC (Movimento Nacional da População em Situação de Rua Santa Catarina). A partir das entrevistas feitas pelo Diagnóstico Social Participativo da População em Situação de Rua, é possível vislumbrar um retrato de quem vive em situação de rua em Florianópolis. Predominantemente masculina, 77,8% das pessoas na rua são homens; 47% das pessoas em situação de rua são brancas e 45% são negras e pardas e 65% estão na faixa etária entre 30 e 49 anos.


O mais interessante, entretanto, é observar como essa pesquisa pode nos ajudar a confrontar preconceitos e ideias pré-concebidas. A maioria das pessoas em situação de rua, 70%, desenvolve alguma atividade remunerada, enquanto que 30% das pessoas que estão em situação de rua sobrevivem apenas do ato de pedir. O acesso ao mercado de trabalho é precário e informal, “bicos” na construção civil, comércio ambulante e coleta de recicláveis são as atividades descritas pelos entrevistados.

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É fato que 88% consome ou já consumiu algum tipo de droga, em especial álcool, maconha e crack; mas 70% já tiveram acesso a hospitais e Unidades Básicas de Saúde, enquanto 20% receberam atendimento especializado como Consultório na Rua e CAPS AD e 75% têm acesso ao Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP). As pessoas em situação de rua estão em condições extremas, mas a ideia de que elas não buscam ajuda, estão acomodadas e preferem estar na rua, não encontra respaldo em dados objetivos.

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Os dados ainda apontam como 60% das pessoas em situação de rua relatou que, além de terem sofrido violência na rua, sofreram violência dentro dos espaços de serviços públicos, por ação ou omissão, além de preconceito e discriminação.


Finalmente, 93% dos entrevistados têm interesse em participar de projetos habitacionais e 47% afirma que um emprego é importante para se deixar a situação de rua. Percebe-se, assim, como é fundamental o aprofundamento a respeito dos dados sobre as pessoas em situação de rua para que possamos desconstruir estereótipos e nos aproximarmos de propostas e soluções que possam efetivamente transformar a vidas das pessoas em situação de rua.


 
 
 

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Ana Luiza Goularti Brunel - luiza.brunel.ana@grad.ufsc.br
Kassia Rossi - kassia.rossi@grad.ufsc.br
Tiago Kramer de Oliveira - tiago.kramer@ufsc.br

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Universidade Federal de Santa Catarina

Centro de Filosofia e Ciências Humanas

Curso de História

PET História

mar. 2018 - mar. 2019

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